sexta-feira, 1 de junho de 2012

Rio+20



A utopia RIO+20


Faltam alguns dias para a reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio +20 – assim conhecida porque marca os 20 anos da Conferência Rio 92 - que será realizada em junho no Rio de Janeiro. Preocupados com o futuro do planeta, representantes da ONU fazem um pedido as empresas, governos e sociedade civil, que a reunião consiga resultados efetivos, na busca de soluções sustentáveis para a Terra.
Com desafios cada vez maiores – desemprego, impactos ambientais, crises econômicas, miséria, violência, acesso ao saneamento básico, energia – o evento pode ser a oportunidade de uma geração em construir o futuro que desejamos, através de políticas que promova prosperidade, priorizando uma equidade social e proteção ambiental.
O objetivo desse congresso é reforçar o compromisso das Nações com o desenvolvimento sustentável, através de uma análise do progresso e lacunas de medidas adotadas nesses 20 anos que se passaram.
Os dois principais temas serão: economia verde relacionada à sustentabilidade/erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
Ao contrário de 92, essa congregação entre os Estados mundiais não produzirá leis vinculativas (tais como as convenções climáticas e da biodiversidade). Em vez disso, o sucesso da Rio +20 será a criação de metas voltadas para um capitalismo sustentável. E principalmente, que essas metas sejam sedutoras aos investidores, convencendo-os de que, agregar seus recursos financeiros  com a economia verde fornecerá retornos satisfatórios.
Os investidores necessitam de alvos de desenvolvimento sustentável claros a curto, médio e longo prazo, assistidos por uma política que favoreça o crescimento econômico, sem descuidar da responsabilidade ambiental.
Essa política governamental deve ser composta por um aspecto macroeconômico, com amplitudes multilaterais. Tendo em vista que, o caráter supranacional trará maior confiabilidade aos empresários, que são os grandes responsáveis pelo sistema de mercado.
A expectativa para o sucesso dessa reunião é enorme, já que de acordo alguns estudiosos, o planeta está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), necessitando urgentemente de tratamento.
 No entanto, muitas conferências já ocorreram e nada foi resolvido. Os impasses entre os Estados membros (193 países fazem parte da ONU) , são percalços que dificultam a sanção de muitos itens.
É tomar cuidado, pois para muitos, a Terra está respirando por aparelho.
A verdade é...
O nosso planeta é refém de poucos. Os investidores (empresários) e políticos manipulam a sociedade, priorizando interesses individuais em detrimento do coletivo.
Essa cúpula provavelmente será igual às outras, com muita teoria e pouca prática. Muitas medidas ficam no papel, pois os interesses capitalistas são mais relevantes. Enquanto isso, são milhões de famintos, sem saneamento básico, emprego, moradia, energia, o mínimo para a sobrevivência.
Será se a parte mais interessada (os famintos) na resolução desses problemas sociais, ao menos sabe o que é RIO+20?




quinta-feira, 31 de maio de 2012

O desenvolvimento do Brasil




Que país é esse?



Nos últimos anos, o Brasil conheceu uma ascensão econômica acima da média mundial. Tal desenvolvimento propiciou ao país, no início desse século, juntamente com outros, a formação de um grupo chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), posteriormente acrescido da África do Sul passou a se chamar BRICS, as nações que mais crescem na economia mundial, conhecidas como emergentes. É tão relevante esse crescimento que, mesmo com a crise financeira dos Estados Unidos em 2008, esses países pouco sentiram as conseqüências recessivas da economia norte americana.

O nosso país, que é representado pela primeira letra da sigla BRICS, atesta o seu crescimento no mercado mundial, inerente a três fatores: abertura de mercado, privatizações com a consequente estabilidade da moeda. Esses fatos fizeram parte de uma política, iniciada nos anos 90 do século anterior, que ficou conhecida como neoliberal, então liderada pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo.

O processo neoliberalista adotado pelo governo alavancou a nossa economia nos vinte anos posteriores, aumentando consideravelmente a influência financeira e política do país na América do Sul e no mundo, atraindo investimentos de muitas transnacionais, tanto pelo capital especulativo, quanto pelo capital produtivo. O Brasil deixou de ser o país do futuro, passando a ser o país do presente, chegando esse ano à sexta economia mundial. Com todo esse atrativo, hoje somos palco de grandes eventos, como convenções empresariais, fóruns ambientais, Campeonato Mundial de Futebol 2014, Olimpíadas 2016. Jamais imaginávamos que um país, o qual teve em décadas anteriores inflações próximas a trilhões de por cento, estivesse atualmente preocupado com uma inflação de 7% ao ano.

Um Estado que de emigrante passou a imigrante, atraindo tanto os brasileiros que emigraram na década de 80/90, quanto estrangeiros que veem no Brasil uma nação de oportunidades. Estaríamos retornando ao século XIX, o novo Eldorado?

Independentemente de sermos ou não um novo Eldorado, na verdade somos hoje juntamente com os outros integrantes do BRICS o território do capitalismo, tendo em vista que o mundo empresarial visualiza oportunidade através da mão de obra barata, incentivos governamentais, mercado consumidor (amamos consumir) e outros. Todos esses fatores somados são iguais a lucro e muito lucro.

Meu Brasil do “pai dos pobres”, do “crescer 50 anos em 5”, do “ame-o ou deixe-o”, do “milagre econômico”, do “país representado pelo presidente da juventude”, do “Brasil sem miséria” e muitas outras idéias ufanistas. Todas as citações anteriores os remetem provavelmente para políticos e politicalha como diria saudoso Rui Barbosa, ao desenvolvimentismo e principalmente a propaganda como a alma da alienação.

Essa nossa nação é verdade ou mentira?

Vamos utilizar a arte do pensar nestes últimos parágrafos e refletirmos sobre a pergunta anterior.

O Brasil apresenta o terceiro maior índice de desigualdade social do mundo, sendo 16 milhões de miseráveis (falta de necessidades básicas), entre esses, dez milhões vivem com R$ 40,00 ao mês, mais da metade dos domicílios não possui qualquer ligação com a rede coletora de esgoto e ainda um quarto da população não tem acesso ao abastecimento de água. Não obstante lembrar que, graças aos projetos sociais governamentais, esses índices, que já foram piores, tiveram uma significativa melhora.

Quanto à educação, o cenário é mais preocupante: em cada 100 brasileiros, 9 conseguem um diploma de ensino superior. Para melhor entendimento desse caos educacional, tomamos como exemplo o curso de engenharia no país, no qual 130 mil jovens ingressam por ano, sobrando 50 mil vagas e apenas 30 mil conseguem se formar. O restante desiste devido à necessidade de ingressar no mercado de trabalho, falta de recursos para quitar as mensalidades ou até mesmo incapacidade com o ritmo do curso. Outro dado relevante: dos 135 milhões de votantes no ano de 2010, 53% não haviam concluído sequer o ensino fundamental.  No entanto, o governo explora exacerbadamente do poder midiático para difundir nosso avanço educacional.

No tocante as propriedades rurais, os problemas não são diferentes, mais de 50% da população detêm menos de 3%. É relevante ressaltar  que, o emprego não é garantido pelos latifúndios e muito menos pelo agronegócio, mas sim pelos pequenos e médios agricultores que empregam 75% dos trabalhadores. Entretanto, nos últimos anos, a discussão é o novo código florestal. Talvez o Congresso Nacional esteja correto, não necessitamos de uma reforma agrária, provavelmente todos os brasileiros estão satisfeitos com a distribuição de terras no país.

Então, para avaliar o Brasil, é necessário que os extremos sejam compreendidos. É analisar disparidades econômicas  acentuadas pelo nosso próprio processo histórico. Essas diferenças são mascaradas pelos governos, que ludibriam a população através dos meios de comunicação, omitindo a realidade de um país dominado por elites manipuladoras da nossa sociedade. Por isso, conheça o seu, o meu, o nosso país.

Brasil, “Meu Brasil brasileiro”, “Mostre a sua cara”, “Que país é esse?”









O novo código florestal


                                        O futuro ambiental do Brasil


 Dilma Roussef encontra-se diante de um embate político daqueles: aprovar ou vetar o novo código florestal. Há algumas semanas foi aprovado pelos deputados federais e senadores o texto base desse projeto, faltando agora somente à sanção da nossa excelentíssima presidenta.
_ O que seria Código Florestal?
Código Florestal refere-se a uma lei federal que regulamenta a ocupação da terra, estabelecendo áreas de preservação. O nosso código atual data de 1965, definindo conceitos como Reserva Legal – áreas de vegetação nativa, que com o manejo adequado, podem ser utilizadas – e as Áreas de Proteção Permanentes (APPs) – aquelas vegetações intocáveis, como matas ciliares e mananciais, ou seja, nascentes fluviais. Tais locais são relevantes para evitar a erosão, proteger os rios do assoreamento e manutenção dos microclimas.
A discussão no congresso nacional sobre esse novo código foi acirrada, entre a bancada ruralista, representada pelos grandes produtores rurais, defensores da expansão do agronegócio e ambientalistas voltados para um desenvolvimento sustentável, respeitando a conservação das matas nativas. Aquela considera que o Código Florestal vigente é antiquado e rígido, sendo obstáculo para ampliação na produção das commodities, enquanto esses defendem um melhor aproveitamento das terras, através do uso intensivo de tecnologias, sem necessariamente expandir áreas de desmatamento, com isso, podem produzir mais, desmatando menos.
Na verdade o novo Código trará mudanças que preocupam não só ambientalistas, mas também a opinião pública. Entre essas alterações temos: a redução das matas ciliares, a redução das reservas legais, anistia de multas a quem desmatou até julho de 2008, a responsabilidade de fiscalização que hoje é da União, passará para os Estados e municípios, e ainda, APPs com atividade agropecuária consolidada até julho de 2008 passam a ser consideradas legais.
A flexibilidade dessas regras pode acarretar impactos ambientais, como: assoreamento de rios, redução de biodiversidade, perda de solo, intensificação das voçorocas, aumento da poluição dos lençóis freáticos, entre outros. É relevante entendermos que um país continental como o Brasil, poderá ter verdadeiros desastres localizados.
Essas possibilidades catastróficas incentivaram a artistas, intelectuais e políticos contrários ao novo Código a se mobilizarem em prol da sustentabilidade ambiental. Através das redes sociais buscam o maior apoio possível, na tentativa de sensibilizar à nossa chefe de Estado.
Ao nosso governo resta a habilidade em negociar com a elite latifundiária, representados pelos ruralistas, que pressionam a presidenta, alegando que a sobrevivência comercial futura do nosso país,  depende da aprovação do projeto. Entretanto, não pode esquecer os ambientalistas e opinião pública.
Dilma, “a bomba” está em suas mãos.
Mas, por favor: “Veta Dilma”.





















medo


                                                       Sem resposta
Em uma noite tranqüila de céu limpo, em meu pensamento pairava as imagens vistas nos últimos dias. Não somente visões, mas também o ouvir me transtornava. Sozinho em meu quarto, os meus neurônios viajavam na complexidade das relações entre os seres humanos. Como entender?

Nas lutas psicológicas, não conseguia organizar aquilo que no meu cérebro era a fonte de entendimento da interação social. Entretanto o assunto aguçava as minhas idéias, numa tentativa de elucidar todas as dúvidas que me afligiam.
A aflição sufocava a linha que, cada vez ficava mais tênue entre o paradoxo: medo e coragem. As  notícias na mídia perturbavam minha mente. Uma fobia instigava o raciocínio, a concatenação de todas as relações sociais existentes entre os seres.
Concatenar as diversidades não é fácil, mas não é impossível. As reportagens  de violência (moral, sexual, doméstica, corrupção, motivo fútil, etc) causavam  espanto no momento dessa minha reflexão. O meu semblante externava a minha aflição.
Medo dos sentimentos, medo do outro, medo de ouvir, medo de doar, medo do meu próprio medo. Nessa loucura momentânea, fechei os olhos e refleti. A reflexão  cada vez mais distante, não permitia uma compreensão daquilo que intrigava o meu psicológico.
Nervoso, disperso e angustiado uma balbúrdia de ideologias fazia dos meus desejos uma mera decepção de tudo que já tinha vivido.
Sem saber por onde começar, debatia com ele (medo) todas as disparidades existentes entre os seres. As indagações eram inevitáveis, pois não suportava tal situação.
Clamei a DEUS. Pedi misericórdia e bênção para entendimento de todas as perguntas que não queriam se calar. Pausadamente, o meu espírito era acalentado por ELE e com uma leveza de anjo sonolento ficava.


No outro dia...
Ás seis da manhã quando acordei, uma tristeza abateu meu coração, pois apesar da boa noite de sono, ainda não tinha obtido minhas respostas.