Escolhas: Eis a questão
É bom ou ruim ter escolhas?
Analisando fatos e valores sobre qual marca de arroz posso comprar em um supermercado,
quantos aparelhos de celular há para escolher, onde viajar e como realizar o
meu gosto pelo modelo e cor do veículo do ano, tudo isso e muitas outras que
deixei de citar fez perceber o quanto não é nada simples no mundo moderno a
tomada de decisões, pois a infinita variedade de opções causa uma balbúrdia
psicológica.
Não obstante inferir que, com a
globalização e os avanços tecnológicos, imaginávamos uma facilidade e economia do tempo, otimizando o ritmo de vida. Porém ao termos uma quantidade
exacerbada de opções, sentimos dificuldade em encontrar o que realmente
precisamos. Antigamente, por exemplo, as pessoas tinham poucas escolhas quanto
aos recursos tecnológicos. Agora são aparelhos com tantas informações e opções,
que às vezes preferimos o recurso mais simples apenas para evitar
aborrecimentos.
Também é perceptível essas
mudanças no mercado de trabalho, enquanto nossos pais viveram uma carreira em
apenas uma empresa, a geração atual diversifica os empregos em poucos anos.
Pesquisas já comprovaram que um melhor salário nos leva a mudar de serviço,
independentemente do vínculo e da felicidade no cargo atual. Um bom exemplo são
os jogadores de futebol.
Em nossa vida religiosa,
novamente as escolhas fazem parte. Hoje não somos tradicionais em seguir a
religião dos pais, e sim temos nosso próprio credo. No entanto, essa
possibilidade de escolher, causa a muitos fiéis uma confusão com a sua fé, levando
a incredulidade. Como comprovação do fato, hoje na Europa temos um número
considerável de ateus.
E quanto à relação amorosa, o
caso se complica ainda mais, pois não depende só da minha escolha, depende do
outro também. Imaginem: O nosso futuro será onde? Quantos filhos? Qual o tamanho da residência?
Morar próximo da família minha ou dela? Se trabalharmos, com quem deixar os
filhos?
Com tantas escolhas no mundo
moderno, hoje somos suscetíveis à efemeridade das relações com objetos,
instituições, sentimentos, desejos e outros. Há uma sensação de sermos a
“coisa”, inaptos ao excesso de opções disponíveis na sociedade contemporânea.
A maximização de possibilidade
faz das conquistas produtos descartáveis, obrigando sempre buscar algo, ou
seja, o perfeccionismo torna-se obsessão – o melhor sempre. Em contrapartida
temos o simples, que é satisfazer as necessidades, procurando eficiência nas
escolhas, não tendo necessariamente a obrigação de ser “o melhor”.
Adaptar a essa nova realidade
social nos remete a uma reflexão constante dos nossos comportamentos. Pois
somos vítimas de um sistema “selvagem” muitas vezes manipulador das nossas
aspirações, seriamente tentados a todo o momento.
Para fugir às tentações é necessário
um equilíbrio e nessa linha tênue das escolhas, temos um paradoxo entre a
maximização das possibilidades – felicidade é ser o melhor - e a satisfação das necessidades – felicidade é
contentar com o suficiente.
Enfim sempre estamos sujeitos às
escolhas. E então, você é maximizador ou satisfazedor?