domingo, 14 de outubro de 2012

paradoxo da escolha


Escolhas: Eis a questão

É bom ou ruim ter escolhas? Analisando fatos e valores sobre qual marca de arroz posso comprar em um supermercado, quantos aparelhos de celular há para escolher, onde viajar e como realizar o meu gosto pelo modelo e cor do veículo do ano, tudo isso e muitas outras que deixei de citar fez perceber o quanto não é nada simples no mundo moderno a tomada de decisões, pois a infinita variedade de opções causa uma balbúrdia psicológica.

Não obstante inferir que, com a globalização e os avanços tecnológicos, imaginávamos uma facilidade e economia do tempo, otimizando o ritmo de vida. Porém ao termos uma quantidade exacerbada de opções, sentimos dificuldade em encontrar o que realmente precisamos. Antigamente, por exemplo, as pessoas tinham poucas escolhas quanto aos recursos tecnológicos. Agora são aparelhos com tantas informações e opções, que às vezes preferimos o recurso mais simples apenas para evitar aborrecimentos.

Também é perceptível essas mudanças no mercado de trabalho, enquanto nossos pais viveram uma carreira em apenas uma empresa, a geração atual diversifica os empregos em poucos anos. Pesquisas já comprovaram que um melhor salário nos leva a mudar de serviço, independentemente do vínculo e da felicidade no cargo atual. Um bom exemplo são os jogadores de futebol.

Em nossa vida religiosa, novamente as escolhas fazem parte. Hoje não somos tradicionais em seguir a religião dos pais, e sim temos nosso próprio credo. No entanto, essa possibilidade de escolher, causa a muitos fiéis uma confusão com a sua fé, levando a incredulidade. Como comprovação do fato, hoje na Europa temos um número considerável de ateus.

E quanto à relação amorosa, o caso se complica ainda mais, pois não depende só da minha  escolha, depende do outro também. Imaginem: O nosso futuro será onde? Quantos filhos? Qual o tamanho da residência? Morar próximo da família minha ou dela? Se trabalharmos, com quem deixar os filhos?

Com tantas escolhas no mundo moderno, hoje somos suscetíveis à efemeridade das relações com objetos, instituições, sentimentos, desejos e outros. Há uma sensação de sermos a “coisa”, inaptos ao excesso de opções disponíveis na sociedade contemporânea.

A maximização de possibilidade faz das conquistas produtos descartáveis, obrigando sempre buscar algo, ou seja, o perfeccionismo torna-se obsessão – o melhor sempre. Em contrapartida temos o simples, que é satisfazer as necessidades, procurando eficiência nas escolhas, não tendo necessariamente a obrigação de ser “o melhor”.

Adaptar a essa nova realidade social nos remete a uma reflexão constante dos nossos comportamentos. Pois somos vítimas de um sistema “selvagem” muitas vezes manipulador das nossas aspirações, seriamente tentados a todo o momento.

Para fugir às tentações é necessário um equilíbrio e nessa linha tênue das escolhas, temos um paradoxo entre a maximização das possibilidades – felicidade é ser o melhor -  e a satisfação das necessidades – felicidade é contentar com o suficiente.

Enfim sempre estamos sujeitos às escolhas. E então, você é maximizador ou satisfazedor?