quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

política


Vamos falar de política?

E aí pessoal,  tudo bem?

Sei que a grande maioria dos brasileiros odeia falar de política, mas essa não pode ser a nossa realidade, pois já está mais que provado que nas sociedades mais avançadas e desenvolvidas as pessoas gostam e participam muito da política. Esse envolvimento das pessoas com as questões políticas fazem com que essas sociedades tenham democracias representativas consolidadas e verdadeiras. Ao contrário do Brasil, cuja democracia não passa de uma farsa. Por que uma farsa? Se todos temos o direito de votar? Se todos temos o direito de criar nossos partidos políticos e de manifestar nossas idéias? Mas democracia é só isso? Vamos analisar o sentido etimológico do termo democracia que deriva do grego: Demos (povo)  e Cratos (poder). Assim, as duas palavras nos levam a entender que democracia significa o poder do povo ou o povo no governo.   Não entendam povo como massa ou povão no sentido de um grande número de pessoas que não se enquadram em uma elite, mas pensem na diversidade da população como um todo. Neste caso, essa população está sendo verdadeiramente representada por líderes que governam para o povo? Infelizmente, no Brasil existem raras exceções. Sabem por quê? Primeiro: por que a grande maioria dos brasileiros não gosta de política e acha que seu voto não vale nada e que por isso, ele pode ser vendido ou trocado por qualquer coisa. Segundo: o brasileiro lê muito pouco e os índices de analfabetismo ainda são altos. Terceiro: os brasileiros se deixam alienar com muita facilidade, devido à influência de alguns prazeres do mundo, tais como, futebol, mulher pelada, homem pelado, cachaça, cerveja, pagode, rock, carnaval, novela, internet... Em função desses três fatores, as pessoas acabam escolhendo políticos corruptos e despreparados para representá-las. Além do mais, essa nossa democracia fajuta também favorece a eleição de candidatos que representam grupos sociais com interesses totalmente contrários à grande maioria das pessoas que os elegeram. Como é possível um cidadão de periferia sofrido e marcado pelas mazelas do mundo ter a coragem de votar em um empresário que não têm nenhum histórico de sensibilidade social? Como pode um pequeno produtor rural votar em um latifundiário pecuarista que possui interesses totalmente distintos dos seus? Outra coisa... Por que será que existem tantos empresários de sucesso e profissionais liberais também de sucesso se interessando tanto pelos cargos públicos ? Será que é por que essas pessoas possuem a capacidade inata para governar em prol do povo? Será que suas carreiras favoreceram o desenvolvimento de uma sensibilidade social imensa capaz de movê-los na luta por mudanças profundas na sociedade? Será que é isso, gente? É inegável que possa existir empresários, engenheiros, médicos entre outros que sejam altruístas e realmente interessados na maioria das pessoas que precisam de uma vida mais descente. Mas será que é a maioria? No Norte de Minas, por exemplo, tem tanta gente dessas áreas se enveredando para a política. Será que é sensibilidade social mesmo? Acredito que não.  Mas vocês sabem por que a grande maioria dessa gente está entrando na política? Primeiro: O Político dispõe de muitos privilégios econômicos, sociais e jurídicos. Segundo: O Político tem um Status social que o beneficia em todas as suas ações. Terceiro: Através da política a pessoa tem fácil acesso aos mecanismos responsáveis pelo direcionamento do dinheiro público. Além do mais, existem as negociatas oferecidas aos partidos de aluguel, sem ideologia,  que são muito rentáveis. Um único voto de um deputado ou de um vereador pode valer uma fortuna. Na verdade, existem muitas maneiras de ganhar dinheiro com política. Principalmente no Brasil.
Diante de tudo que foi exposto podemos chamar o Brasil de país democrático? Acredito que não. Para terminar e ainda em relação ao distanciamento do brasileiro da política,  vejo que a juventude deve refletir muito sobre a questão da alienação abordada acima. Nessa perspectiva, eu pergunto: para gostar de política é necessário parar de gostar de futebol?  Não pode mais ouvir música? Não pode mais amar? Não pode mais ver uma novelinha ou um filminho de vez em quando?  Claro que pode galera, desde que vocês não percam de vista a idéia de que vocês são cidadãos ou agentes históricos capazes de determinar os rumos da nossa sociedade. Pensem nisso gente  e reflitam na hora de escolher um candidato para votar. Não se deixem levar pelas idéias dos outros. Vamos pensar com as nossas cabeças. Por fim,  vamos tentar fazer a diferença, combatam tudo que é vulgar e lutem por um mundo mais justo, mais humano e melhor para se viver.

Que Deus abençoe todos vocês 

Um grande abraço

Professor Ronaldo Belém 

Departamento de Geociências – UNIMONTES

E.E. Prof. Hamilton Lopes
Grato pela contribuição ao blog dada pelo professor e amigo - Doutorando pela UFMG Ronaldo Belém.