domingo, 5 de agosto de 2012

mensalão


A justiça tarda, mas esperamos que não falha


Começou esta semana o julgamento dos acusados do “mensalão” no Superior Tribunal Federal (STF). Esse escândalo ficou assim conhecido e popularizado devido ao esquema de compra de votos de parlamentares, deflagrado no primeiro mandato do governo Luís Inácio Lula da Silva (PT – Partido dos Trabalhadores). Na ocasião, já havia boatos  de venda de votos por parte de deputados, entretanto, nada tinha sido descoberto. Até que em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, em junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB – RJ) abriu o jogo sobre todo o esquema de corrupção.
O próprio deputado já era acusado por fraudes em licitações,  praticadas por funcionários dos correios, ligados ao PTB, partido que Jefferson presidiava. Antes que se instalasse uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as ilicitudes, ele resolveu denunciar o caso mensalão.
Segundo Jefferson, parlamentares aliados ao PT, recebiam um valor de R$ 30.000 para votarem de acordo orientação do governo, não obstante abordar, que esse valor não era o salário e sim um dinheiro extra oferecido por membros do PT.
Eram vários os partidos envolvidos, dentre eles: PP – Partido Progressista, PL- Partido Liberal,  PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro e o próprio PTB – Partido Trabalhista Brasileiro.
O então Ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi acusado como o organizador do esquema, envolvendo a compra de votos e favorecimento de cargos em empresas estatais. Como tesoureiro do PT, Delúbio Soares, se responsabilizava em distribuir o dinheiro aos “mensaleiros”. Além de pagar aos parlamentares, o dinheiro era utilizado para saldar dívidas do PT e gastos de campanhas eleitorais.  O valor era tão alto, que em algumas situações alugavam um carro forte para transportar a quantia.
Marcos Valério, publicitário e proprietário de agências que tinham o maior número de contratos de trabalho com órgãos do governo, seria o responsável pela operacionalidade do Mensalão. O publicitário conseguia recursos financeiros junto a empresas privadas e estatais e em instituições bancárias, através de empréstimos que jamais foram quitados. Valério ficou conhecido nacionalmente como “valerioduto”.
Considerado um dos maiores escândalos da política nacional, várias foram as pessoas envolvidas no mensalão, dentre eles: Luiz Gushiken – Ministro das Comunicações, João Paulo Cunha – Presidente da Câmara dos Deputados, Sílvio Pereira – Secretário do PT, José Genuíno – Presidente do PT, Anderson Adauto – Ministro dos Transportes, Antonio Palocci – Ministro da Fazenda e muitos outros.
Todos os envolvidos nas acusações foram afastados dos cargos para facilitar as investigações e evitar problemas ao então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Lula saiu ileso da balbúrdia, conseguindo ser reeleito em 2006.
Após sete anos, inicia o processo de julgamento dos 38 acusados. Ao todo o mensalão tem 234 volumes e 500 apensos. São 50 mil páginas com vários tipos de provas,  como depoimentos de CPI, quase 600 testemunhas de acusação e de defesa, cheques, contratos, livros contábeis, documentos fiscais, transferências bancárias, contratos, discos rígidos e mídias digitais.
Esperamos que todos os culpados paguem pelos atos ilícitos, corroborando a expectativa de uma Nação, fadigada do descaso á moralidade. O julgamento será moroso, mas não estamos com  pressa, só queremos justiça.
Pensando bem... Será mais um escândalo que acabará em “pizza”?