domingo, 8 de julho de 2012

Brics: "É nóis"


Brics: Periferia “É nóis”

Os  Brics  ditam o novo ritmo da economia mundial. Essa sigla representa países que nas duas últimas décadas tiveram uma ascensão econômica acima da média mundial. Para alcançarem tal sucesso, foram vários os fatores que contribuíram, dentre eles temos:  recursos energéticos, espaços industriais, produção de alimentos, população em idade ativa e  mercado consumidor.
A gênese do nome Bric (Brasil, Rússia, Índia, China) ocorreu no inicio do século XXI pelo economista inglês Jim O`Neil, que percebeu através de pesquisas um crescimento  de mercado diferenciado desses países em relação as outras nações. Esse grupo é a “bola da vez” na economia mundial, sendo fonte de lucros tanto para o capital especulativo quanto ao capital produtivo.
Há previsão que em 2050, o Bric será maior economicamente que o tripé (EUA, Japão, União Europeia). Prevê a China superando os EUA nos próximos quarenta anos. Atualmente o país asiático já é a segunda economia do mundo. E ainda temos o Brasil, que este ano chegou a sexta potência mundial.
Não podemos esquecer, que nesse mercado tão dinâmico há uma dependência entre os atores – transnacionais,  Estados,  instituições – comandantes do sistema financeiro, que controlam e atuam  no mercado de acordo os seus interesses. Por enquanto o Bric é muito interessante, então é relevante o grupo aproveitar o momento.
Com crescimento semelhante aos países do Bric, a África do Sul foi incluída ao grupo alguns anos depois, formando o chamado Brics. Essas cinco nações, de quatro continentes – África, Europa, Ásia e América – têm aproximadamente 40% da população mundial, sendo 3 bilhões de pessoas. Para os economistas, esse número representa um mercado potencial gigantesco, principalmente pelos resultados dos últimos anos, em que os investimentos empresariais e governamentais propiciaram uma maior inclusão social, consequência disso, ocorreu uma ampliação da classe média.
A China e Índia, por exemplo,  obtiveram nas últimas décadas um desenvolvimento acima das outras nações, fator que contribuiu para que milhões de asiáticos deixassem de viver abaixo da linha de pobreza. No Brasil não é diferente, devido aos projetos sociais do governo, estabilização e ascensão econômica, o país propiciou uma melhora exorbitante na qualidade de vida de milhões de brasileiros. Na Rússia, esse processo, foi graças à abertura política e econômica pós anos 90, com o fim do socialismo.
No mundo dos negócios, o Brasil, a China, Índia e África do sul, ainda são privilegiados por terem a maior parte da população em idade ativa e isso ocorrerá por vários anos. Uma maior PEA – População Economicamente Ativa – assegura mão de obra para manter o crescimento econômico. Somente a Rússia que está com o crescimento demográfico estabilizado ou até mesmo negativo, com uma estrutura etária com alto número de idosos, sobrecarregando os gastos sociais.
Além da numerosa mão de obra, esses países possuem uma grande extensão territorial, exceto a África do Sul - a área dos outros quatro corresponde a um quarto das terras do mundo. E mais, nos últimos anos passaram a investir em tecnologia, produção e infraestrutura.
Nesta aldeia global, a economia passa por uma nova configuração, nações que eram consideradas periféricas, hoje são palcos de enormes investimentos internacionais. Por tudo já citado, o grupo Brics é um bom exemplo de sucesso.
Para melhor compreensão do que ocorre no planeta econômico, enquanto o G7 – Estados Unidos, Canadá, Japão, Itália, França, Alemanha e Inglaterra – luta contra crises e mais crises, o Brics está de “vento em popa” superando expectativas e claro se protegendo de algumas “gripes” do sistema financeiro.
Será este século a vez dos periféricos?