sexta-feira, 8 de junho de 2012

salve-se quem puder



                                                Salve-se quem puder


Montes Claros está localizada na parte boreal de Minas Gerais, com um dos mais importantes entroncamentos rodoviários do país. Também é considerada por muitos o pólo universitário da região, tendo a atuação de Universidades públicas e privadas. Tais fatos fizeram do município um atrativo populacional intra regional e inter regional, colocando a cidade como a quinta maior do Estado, em torno de quatrocentos mil habitantes.
Entretanto, com a expansão demográfica e urbana das últimas décadas, surgiram vários problemas estruturais – favelização, déficit habitacional, poluição, transporte coletivo ineficiente, violência, insegurança – no  município, motivos que geram indignação da população . É relevante salientar, toda essa problematização é comum a maior parte das cidades brasileiras, podendo ser em menor ou maior incidência.
Dentre estes problemas, o mais preocupante para os moradores da cidade são os homicídios, apesar do índice está 7,82% menor que o mesmo período do ano passado. No ano já foram mais de 45 assassinatos, o último ocorreu com um estudante de Direito no domingo, no bairro Major Prates.
 O mais assustador é a crueldade dos crimes. Esse por exemplo, o rapaz foi alvejado com 38 tiros, que atingiram cabeça, tórax e pernas. E pior, o jovem foi morto por engano.
Militares alegaram que a motivação do assassinato foi uma confusão com outro rapaz numa festa em Coração de Jesus, cidade próxima a Montes Claros. Se é verdade, cabe aos policiais realizarem as averiguações cabíveis, para elucidação do ocorrido.
A sensação é que a cada dia, o poder público perde suas forças na luta contra o crime. O executivo culpa o judiciário que culpa o legislativo, e nada se resolve.
Temos que assumir, as instituições – municipal, estadual e federal – são ineficientes para mitigar tal situação. Entretanto, utilizam constantemente da mídia para mostrarem os investimentos em segurança, além de divulgarem gráficos com redução de criminalidade.
Para atenuar a criminalidade, é necessário que o Estado não trabalhe só com números, mas sim um trabalho efetivo e honesto com seus investimentos. Além de atuar no efeito da criminalidade – construção de penitenciárias, elaboração de uma legislação rígida, um judiciário menos moroso -, é essencial também o uso  de recursos na causa - educação integral sendo 8 horas ao dia, com cursos profissionalizantes, profissionais capacitados, espaço físico satisfatório. Só assim conseguiremos uma sociedade com maior equidade.
Se a nossa cidade, o nosso país são mal educados, consequentemente as futuras gerações serão mal educadas.
O fato é, o poder público atual funciona como uma empresa privada, trabalhando com metas. No entanto, nesta a preocupação é agregar qualidade com quantidade, enquanto naquele, os números são mais relevantes que a satisfação do cliente – a população.
Enquanto o Estado não resolve, a quem recorrer então?
Alguns estão investindo na própria segurança – câmeras, condomínios fechados, cercas elétricas, alarmes, seguros, automóveis blindados – como uma forma de proteger da violência. Devido ao aumento dessa criminalidade, muitas empresas ganharam mercado com inovações tecnológicas, que buscam maneiras de proteção das ações de meliantes.
Mesmo com muitos investimentos, hoje não há classe social livre da violência. Estamos aprisionados por um código penal engessado e obsoleto, um poder público inoperante, uma geração sem valores (família, religião, ética), um padrão de  consumo em demasia.
Compreenda,  o jovem criminoso tem as mesmas aspirações que você.
 _Você quer ganhar muito dinheiro?
 Ele também quer. Só as formas de chegar a esse recurso são diferentes.
Enquanto isso...
Salve-se quem puder.