José, o Brasil acordou e agora?
“Deitado eternamente em berço esplendido”, jamais... o país acordou.
Esse verso entre aspas é o que inicia a segunda parte do
nosso hino nacional, tão cantado nas últimas semanas em nosso país. Motivação
advinda das manifestações difundidas em todo o território nacional e até em
outras nações – Estados Unidos, Canadá, Japão, dentre outros. Entretanto, a
atenção dada a essa frase do nosso hino foi derivada da fala de um senhor de
setenta anos ao referir-se a sua participação nos protestos. Eufórico com toda
a circunstância, ele não titubeava em enfatizar a relevância da participação
popular nas mudanças políticas de uma sociedade.
E agora, José? O Brasil acordou...
Crianças, jovens e idosos, todos por um objetivo: um Brasil
melhor. As ruas antes ornamentadas para eventos esportivos – futebol -, hoje têm
como adereços cartazes indagadores das políticas sociais, das polêmicas emendas
constitucionais, dos gastos com o mundial de futebol, corrupção, reforma
política, infraestrutura, segurança, e outros pormenores, ou seja, a nação questiona
o Brasil de norte a sul, de leste a oeste, todos querem mudança e já.
E agora, José? O Brasil acordou...
Políticos pressionados, imprensa participativa, polícia
ostensiva, rodovias interditadas, caras pintadas, mobilização nacional. Em duas
semanas de protestos, percebe-se um Brasil aceso para o futuro, resolvendo
claro o presente. Do menos ao mais letrado, do bar aos centros universitários a
discussão unifica: O país precisa melhorar. Pois é, a população sempre taxada
de passiva, agora vai as ruas para mostrar ao mundo que não somos só futebol,
carnaval e nádegas.
José, o Brasil acordou, e agora?
Agora é o momento de convergir para uma menor desigualdade, para
uma reestruturação educacional, uma competência política, uma saúde de verdade,
menos impunidade. Portanto, não queremos que se omita ao nosso hino:
Ser “gigante pela própria natureza”.