A espécie humana em alerta
A mundialização comercial é
caracterizada por transformações políticas, econômicas e sociais, no entanto,
não se pode avaliar a globalização econômica apenas por esses métodos. Seria um
equívoco analisar somente por dados estatísticos e situações específicas, ou
seja, haveria um risco de tecnicismo.
Avaliar as mudanças em um âmbito
planetário, é compreender o ser humano como vítima desta aldeia global, sendo
influenciado por comportamentos, que através de um processo de aculturação
podem até alterar personalidades.
Todos os valores políticos, sociais,
éticos e científicos sofreram e sofrem mudanças por esse mercado globalizado.
Nessa interação diversificada de interesses entre nações, um fato chama a
atenção: o processo de automação – utilização de tecnologias de informação e
comunicação, ou seja, tics e à robótica – introduzido nas indústrias.
Nos países centrais, por exemplo, as
empresas tiveram benefícios com a automação, pois com a introdução das tics e à
robótica, o sistema produtivo foi alterado,
principalmente o automobilístico. Para se ter uma ideia, na década de
70, indústrias nipônicas de automóveis com 500 mil trabalhadores produziam 2,5
milhões de veículos. Após dez anos, a produção quadruplicou mantendo o mesmo
número de funcionários.
Na era da tecnologia, os robôs são
exemplos de rapidez, qualidade e padronização, promovendo agilidade na
organização produtiva. A quantidade de robôs no mundo aumentou
consideravelmente, valor próximo a 90 mil máquinas anualmente, segundo
relatório das Organizações das Nações Unidas.
A utilização desses novos processos
tecnológicos elevaram a produtividade industrial. No entanto, essa mesma
produtividade exorbitante do mercado industrial, suscitou um problema
preocupante: E o trabalho humano?
Alguns pesquisadores atuais abordam a
situação mundial do mercado de trabalho. Analisam as transformações geradas
pelo uso dos robôs nas fábricas. E as previsões não são boas para o emprego
convencional, pois o mercado é cada vez mais exigente e seletivo, procurando
por qualidade e não quantidade.
A verdade é que, as máquinas produzem
muito mais com poucos trabalhadores. A rapidez e precisão dos robôs
possibilitam um uso menor de mão de obra.
E ainda, apesar do alto custo, a
empresa disponibiliza recursos para compra da máquina só uma vez, enquanto os
trabalhadores paga-se mensalmente. E mais, elas não pedem férias, não reclamam
do trabalho, não tiram atestado, não necessitam de folga.
Sabemos que a concorrência da
robótica com o trabalho humano é desleal. Entretanto, é relevante aos
empresários compreenderem que, quem consome é o trabalhador e não a máquina,
então é necessário ter trabalho remunerado para que se tenha mercado
consumidor.
Por enquanto só temos robôs
trabalhadores. Ainda não criaram robôs consumidores...ainda.
Seria o alerta vermelho para a
espécie humana?