A justiça tarda, mas esperamos que não falha
Começou esta semana o julgamento
dos acusados do “mensalão” no Superior Tribunal Federal (STF). Esse escândalo
ficou assim conhecido e popularizado devido ao esquema de compra de votos de
parlamentares, deflagrado no primeiro mandato do governo Luís Inácio Lula da
Silva (PT – Partido dos Trabalhadores). Na ocasião, já havia boatos de venda de votos por parte de deputados,
entretanto, nada tinha sido descoberto. Até que em uma entrevista ao jornal
Folha de São Paulo, em junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB –
RJ) abriu o jogo sobre todo o esquema de corrupção.
O próprio deputado já era acusado
por fraudes em licitações, praticadas
por funcionários dos correios, ligados ao PTB, partido que Jefferson presidiava.
Antes que se instalasse uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as
ilicitudes, ele resolveu denunciar o caso mensalão.
Segundo Jefferson, parlamentares
aliados ao PT, recebiam um valor de R$ 30.000 para votarem de acordo orientação
do governo, não obstante abordar, que esse valor não era o salário e sim um
dinheiro extra oferecido por membros do PT.
Eram vários os partidos
envolvidos, dentre eles: PP – Partido Progressista, PL- Partido Liberal, PMDB – Partido do Movimento Democrático
Brasileiro e o próprio PTB – Partido Trabalhista Brasileiro.
O então Ministro da Casa Civil,
José Dirceu, foi acusado como o organizador do esquema, envolvendo a compra de votos
e favorecimento de cargos em empresas estatais. Como tesoureiro do PT, Delúbio
Soares, se responsabilizava em distribuir o dinheiro aos “mensaleiros”. Além de
pagar aos parlamentares, o dinheiro era utilizado para saldar dívidas do PT e
gastos de campanhas eleitorais. O valor
era tão alto, que em algumas situações alugavam um carro forte para transportar
a quantia.
Marcos Valério, publicitário e
proprietário de agências que tinham o maior número de contratos de trabalho com
órgãos do governo, seria o responsável pela operacionalidade do Mensalão. O
publicitário conseguia recursos financeiros junto a empresas privadas e estatais
e em instituições bancárias, através de empréstimos que jamais foram quitados. Valério
ficou conhecido nacionalmente como “valerioduto”.
Considerado um dos maiores escândalos
da política nacional, várias foram as pessoas envolvidas no mensalão, dentre
eles: Luiz Gushiken – Ministro das Comunicações, João Paulo Cunha – Presidente da
Câmara dos Deputados, Sílvio Pereira – Secretário do PT, José Genuíno –
Presidente do PT, Anderson Adauto – Ministro dos Transportes, Antonio Palocci –
Ministro da Fazenda e muitos outros.
Todos os envolvidos nas acusações
foram afastados dos cargos para facilitar as investigações e evitar problemas
ao então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Lula saiu ileso da balbúrdia,
conseguindo ser reeleito em 2006.
Após sete anos, inicia o processo de julgamento dos 38
acusados. Ao todo o mensalão tem 234 volumes e 500 apensos. São 50 mil páginas
com vários tipos de provas, como
depoimentos de CPI, quase 600 testemunhas de acusação e de defesa, cheques,
contratos, livros contábeis, documentos fiscais, transferências bancárias,
contratos, discos rígidos e mídias digitais.
Esperamos que todos os culpados paguem pelos atos ilícitos, corroborando
a expectativa de uma Nação, fadigada do descaso á moralidade. O julgamento será
moroso, mas não estamos com pressa, só
queremos justiça.
Pensando bem... Será mais um escândalo que acabará em “pizza”?
É muita falta de vergonha destes políticos! O que mais me deixa triste é que muitos esquemas que retiram quantias tão assustadoras quanto o mensalão retirou dos nossos bolsos, continuam sendo omitidos constantementes por este Brasil que já se acostumou com a corrupção e impunidade!
ResponderExcluirOpinando sobre o último questionamento: com certeza sim, a não não ser que ocorra um grande milagre!
Oi Priscila
ExcluirMais uma vez agradecido pelos comentários. Esperamos que não acabe em pizza. Abraços